Derrubada da Democracia?
A direita bolsonarista continua a revelar seus interesses. Cai a máscara de quem defende anistia para os responsáveis por crimes de *multidão* (ato previsto no Código Penal). O deputado Sóstenes Cavalcante (PL/RJ), por exemplo, ameaçou Hugo Motta, presidente da Câmara, condicionando a divulgação de emendas parlamentares à manutenção de seu sigilo. O ministro Flávio Dino (STJ) já cobrou sobre o caso, mas Sóstenes insiste em desafiar o Judiciário, defendendo que o Congresso deve anistiar os envolvidos no golpe de 8 de janeiro — ou, na verdade: “Bolsonaro e seus generais”. Ele alega que o Brasil vive uma “ditadura judiciária” e acusa o STF de usurpar poderes.
Outro aliado radical do bolsonarismo é o pastor Silas Malafaia, que ataca constantemente o STF e seus ministros. Em discursos inflamados, ele chama Alexandre de Moraes de “vergonha nacional” e compara a prisão dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro a um “campo de concentração”, acusando o Supremo de “tortura psicológica”. Malafaia também propaga teorias conspiratórias, como um suposto plano para “destruir os cristãos no Brasil”, e incentiva a “desobediência civil”, afirmando que o STF está “fora de controle”. Paradoxalmente, ele mesmo utiliza linguagem agressiva, chamando adversários de “esquerdopatas” — contradição gritante para quem se diz representado de valores religiosos.
É difícil compreender como figuras públicas eleitas democraticamente flertam com narrativas golpistas e autoritárias. Felizmente, muitos parlamentares ainda defendem a democracia e o papel do STF como guardião da Constituição. É essencial lembrar que a liberdade de expressão existe para debater ideias, não para legitimar discursos de ódio ou ataques às instituições. A anistia aos golpistas não é apenas inconstitucional: é um desejo marginal, rejeitado pela maioria da sociedade.

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